quinta-feira, 28 de abril de 2011

Oposição quer investigar rádio de Aécio

Oposição quer investigar rádio de Aécio

A base de apoio ao governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), iniciou ontem uma mobilização para barrar a tentativa de abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa com o objetivo apurar investimentos publicitários do Estado na Rádio Arco-Íris Ltda - que tem como sócios o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e sua irmã, Andrea Neves. De 2007 a 2010, conforme o governo mineiro, os contratos publicitários da Subsecretaria de Comunicação com a rádio somaram R$ 248,1 mil.

Levando-se em conta também os investimentos das empresas públicas estaduais, somente no ano passado a rádio - franqueada da Jovem Pan em Belo Horizonte - recebeu R$ 210 mil em publicidade. Este valor corresponde, segundo a Subsecretaria de Comunicação, a 1,58% do total investido pelo Estado na publicidade em rádios em 2010, aproximadamente R$ 13 milhões.

O bloco oposicionista na Assembleia já iniciou a coleta de assinaturas para protocolar o pedido. Os partidos de oposição, contudo, somam 23 parlamentares (de um total de 77) e necessitam de mais três assinaturas para alcançar o mínimo exigido para a abertura de uma CPI. Os deputados oposicionistas confiam em defecções no grupo governista e investiam principalmente entre os deputados “insatisfeitos” e parlamentares que poderão migrar para o PSD.

Concessões de rádio e TV devem voltar à pauta do Senado

Concessões de rádio e TV devem voltar à pauta do Senado

As votações de projetos de concessão de rádio e TV devem voltar à pauta do Senado na próxima semana, segundo o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que preside a CCT (Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática), responsável pela análise desse tipo de matéria.

As votações haviam sido suspensas em 6 de abril, depois que a Folha publicou levantamento mostrando que empresas abertas em nome de laranjas são usadas para conseguir outorgas de rádio de TV nas licitações feitas pelo governo federal.

"A comissão já solicitou ao Ministério das Comunicações a documentação necessária para dar curso ao andamento dos processos de outorgas que aqui se encontram", disse Braga.

De acordo com o senador, as informações que serão encaminhadas pelo ministério permitirão verificar a existência de "laranjas" entre os detentores de concessões, o que será feito por um grupo de trabalho que ele designou. Compõem esse grupo de trabalho os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP), Walter Pinheiro (PT-BA) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

NOVOS CRITÉRIOS

Ontem, o Ministério das Comunicações anunciou que vai adotar novos critérios para outorgas de emissoras de rádio e TV.

O intuito é fazer com que o vencedor de uma licitação tenha como provar que tem condições econômicas para manter o serviço da emissora.

Serão propostas três principais mudanças, segundo o Ministério. A primeira é que, no ato da concessão, será obrigatório o pagamento de caução equivalente a 20% do valor do contrato. Hoje, a caução é de 0,5%.

No momento da licitação, o concorrente deverá apresentar dois pareceres de auditorias atestando capacidade financeira para conduzir o negócio.

A outra mudança é o pagamento de 50% do valor do contrato no ato da outorga, e os outros 50% na assinatura do contrato. Atualmente, a segunda metade é paga um ano depois do ato da outorga.

O pacote de mudanças deverá entrar em consulta pública em duas semanas, garantiu o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo de Albuquerque Neto, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.

O secretário também apresentou a perspectiva do governo de fiscalizar todas as rádios do país, comunitárias, educativas e comerciais, em quatro anos.

Com informações da Agência Senado.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Maestro Julio Medaglia é demitido da Rádio e TV Cultura

Rádio e TV Cultura
Emissora informa em comunicado que decidiu pela "não renovação do contrato"

Augusto Gomes, iG São Paulo

Foto: Divulgação
Julio Medaglia

O maestro Julio Medaglia foi demitido da Rádio e TV Cultura nesta terça-feira, onde trabalhou nos últimos 24 anos. "Nem sequer me explicaram o motivo da demissão. Levou um minuto e meio para me mandar embora", afirmou o músico.

Em entrevista ao iG, Medaglia contou que, nos últimos dois meses, já vinha fazendo seu programa na rádio Cultura sem um produtor, porque a vaga havia sido cortada.

Segundo ele, não foi dada nenhuma justificativa para a demissão. "Querem transformar a Cultura num Discovery Chanel. Eles não precisam mais de mim", afirmou.

As críticas de Medaglia referem-se à nova programação da emissora, que traz uma série de programas que já haviam sido exibidos na TV por assinatura, mas eram inéditos em canais abertos.

Desde 2005, Medaglia apresentava o programa Prelúdio na TV Cultura. Na rádio, comandava o programa diário Tema e Variações, no ar desde 1987.

Em comunicado oficial, a Cultura afirmou que "pelo reconhecido e inconteste papel desempenhado pelo maestro Medaglia em prol da divulgação da música clássica no Brasil, foram oferecidas a ele algumas alternativas, mas a conclusão das conversas foi pela não renovação do contrato".

Nascido em 1938, Julio Medaglia é um dos mais importantes maestros brasileiros. Formou-se em regência sinfônica na Alemanha em 1965 e foi diretor artístico dos teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Também teve um papel importante na música popular, trabalhando na organização dos festivais da Record, nos anos 1960, e escrevendo arranjos para canções como "Tropicália", de Caetano Veloso.